DESAFIO
UM ESTRANHO NO TEXTO
Por Sandra Dantas Lima
Postado em 13/03/2020
Uma luz no fim do Alzheimer
“Um dia tudo será excelente: eis a nossa esperança; hoje tudo corre pelo melhor: eis a nossa ilusão."
Voltaire
Uma doença atroz
No filme Planeta dos Macacos - A Origem, Will Rodman é um cientista que faz experiências em macacos com o intuito de encontrar a cura da doença de seu pai: o mal de Alzheimer. Charles apresenta estado avançado de degeneração, e Will consegue reverter os efeitos nocivos da enfermidade, infelizmente, por pouco tempo. Depois de uma melhora assombrosa da saúde de Charles, a doença evolui para um estágio ainda mais avassalador. Will tenta, então, injetar seu medicamento no pai, que se recusa a ser, mais uma vez, cobaia do filho. Através do olhar, o paciente terminal parece dizer: “Deixe-me morrer em paz!”.
Prevenção
A moléstia é causada por placas de proteína que se instalam no cérebro e danificam os neurônios. Embora ainda sem cura, alguns especialistas trabalham com a possibilidade de prevenir o seu aparecimento. É sugerido o consumo de alimentos saudáveis, ricos em vitaminas dos tipos B, C e E; a prática de atividades físicas e mentais (estudos comprovam que quem tem mais escolaridade apresenta risco menor de desenvolver a doença); o controle do diabetes, do colesterol e da pressão alta; e o abandono do álcool e do cigarro.
Até que a cura nos separe
Em setembro de 2012, a Clínica Mayo, localizada na Flórida, Estados Unidos, divulgou uma descoberta de sua equipe médica relacionada ao tratamento do Alzheimer. O neurologista Samer Abdul-Hay, à época, apresentou a enzima BACE2, capaz de destruir a beta-amiloide, proteína que se acumula no cérebro e prejudica conexões entre neurônios. Segundo artigo do clínico geral Arthur Frazão para o site Tua Saúde, atualizado em fevereiro de 2019, um dos mais novos tratamentos é a cirurgia de estimulação cerebral profunda, que consiste no implante de um eletrodo no cérebro de pacientes com a enfermidade. A expectativa é de que esse recurso estabilize a doença e até faça seus sintomas regredirem. Arthur fala ainda do êxito na inserção de células-tronco de bebês em ratos com Alzheimer e da possibilidade de o implante dessas células no cérebro de pacientes humanos combater a escassez da proteína beta-amiloide.
Estudar aprofundadamente a BACE2, a “enzima do bem" e investir na estimulação cerebral profunda e no uso de células-tronco sugerem que, num futuro não tão distante, seja encontrada a cura da patologia, quando doentes como Charles, de O Planeta dos Macacos, vislumbrarão, enfim, uma luz no fim do Alzheimer.

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